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Conserto e restauração de canetas.

É “Seu Roberto”. Mas pode chamar de “doutor”, mesmo. Isto porque Roberto Marques, este simpático senhor de 72 anos que aparece na foto, é o médico das canetas. “Conserto tudo o que escreve”, resume ele. Ou seja: canetas tinteiro, lapiseiras, esferográficas… Com paciência infinita e um senso de responsabilidade invejável ele garante que jamais diz “não” a um cliente. “Se eu não tiver a peça, eu mesmo a faço”, diz, apontando para o torno. “Mesmo que não compense, pelo trabalho, eu não digo não. Pego o serviço e faço.”

O início da carreira desse paulistano da Barra Funda foi como relojoeiro. “Comecei com 12 anos, na relojoaria de meu tio”, recorda-se. Três anos depois, recebeu uma proposta da concorrência. Dessas que se dizem irrecusáveis. “Fui para ganhar o triplo por mês”, conta.

Só que lá o ambiente era muito mais profissional do que na pequena empresa do tio. Só de relojoeiros, havia 10. Também tinha ourives e um – isto, apenas um – caneteiro. “Aí um mês depois que eu entrei, vieram me pedir para me tornar caneteiro”, narra. De bate-pronto, não quis. “Imaginei que era como ser rebaixado, veja só”, ri. “Como ameaçaram me demitir, não tive alternativa a não ser virar caneteiro.”

Aqui cabem parênteses. Estamos falando da década de 50. Roberto lembra que caneteiro era o que não faltava na cidade. “Em frente a tudo o que é prédio ou bar tinha um. Na rua, mesmo”, afirma.
Mas como virar caneteiro assim da noite para o dia? Foi aprender nas lojas autorizadas. Ficou três meses em treinamento em uma marca, outros meses em outra, e assim foi. “E aprendi muito por conta própria, quebrando canetas”, admite.

Em 1958, a relojoaria decidiu extinguir o departamento de conserto de canetas. Roberto não pestanejou: pegou suas coisas, alugou um cubículo de 2 metros quadrados na Rua Barão de Paranapiacaba e foi virar médico de canetas por conta própria. Mudou de endereço algumas vezes, sempre pelos arredores. Desde 1985, ocupa o imóvel atual, no número 51 da mesma Barão de Paranapiacaba. Há cinco anos, mantém uma filial na Rua Marconi, 67, também no centro.

Para os consertos, hoje conta com o auxílio de um funcionário, bem treinado assistente. Deixar uma caneta tinindo pode levar de 10 minutos a 5 horas de trabalho conforme a complexidade e o valor da caneta. “Um conserto pode chegar até a R$ 4.000,00 mil”, conta Roberto.

E a clientela? “Geralmente são os de família tradicionais, que mantêm o hábito de usar canetas caras. Caneta é status”, comenta. E como é cada vez mais difícil achar um caneteiro, Roberto atende a pedidos do Brasil todo. “Mandam por Sedex, ligam para saber do serviço…”, diz ele, para emendar: “Mas sou de uma profissão em extinção. O pessoal hoje prefere essas coisas de informática.”